sábado, 31 de outubro de 2009

POEMA QUASE ERÓTICO

Em um momento de descontração, o grande poeta Carlos Drumond de
Andrade   escreveu:

'Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. 
A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. 
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! 
Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. 
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci. Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. 
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. 
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. 
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. 
Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo. 
Só assim, livrar-me-ei de ti, 
pernilongo Filho da Puta!'

Um comentário:

Anônimo disse...

Sacanagem!!! Beijos.